terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Teresina: devaneios pela Frei Serafim




Estou em Teresina.

Ja vi dois acidentes bestas de trânsito

Muitos sonhos estranhos.

Rezemos por aqueles que estão presos e amarrados aos laços da matéria.

E quanto a mim, esperem novidades.

No blog.

sábado, 18 de dezembro de 2010

Londres - balanço: Busca





Para que empreendemos uma viagem? Para que perder suas certezas, seu dia-a-dia, seu beijo gostoso de bom dia dos pais?

Para que se vive? Para se descobrir? Quem é você, você sabe? Para que se descobrir, conhecer a si mesmo? As vezes, e melhor nao ir tão fundo.

Melhor não. Mais fácil.

Todas as viagens que fiz nao foi atras de arquitetura, ponto turistico ou conhecimento geográfico: em outras culturas busquei a mim mesmo.

Sim, pois não conheço o suficiente eu mesmo. Não me conheco porque vivi escondendo a mim mesmo intencionamente: não queria ir tão fundo. Escondia-me por tras de uma máscara arrogante que presunçosamente dizia-se sob controle, todo poderoso.

Não conhecia eu mesmo.

Agora, mesmo que por um instante, conheco eu mesmo! E entendo o porquê de tanto me esconder: sinto medo. E tenho medo por sentir tanto medo. E sinto vergonha por sentir tanto tanto medo.

Medo de amar e ser rejeitado. Medo de amar e me frustrar, de perder o que me é mais caro: a liberdade. O ar que respiro. O ir e vir. O aprender e quebrar a cara. O crescer.

Vivemos para conhecer a nós mesmos? Acho que sim. Vivemos para alcançar o equilibrio? Talvez. Mas para que mesmo tanta liberdade? Para que tanto equilibrio?

Questões, questões... Mas como buscar respostas sem perguntas? Como alcançar o equilibrio sem sofrer o desequiíbrio? Existe amor sem o ódio?

A vida de quem busca constitui-se mais de perguntas que de respostas. E quem busca, pode ser que um dia alcançe.

Fortaleza: Chegando em Fortaleza em meia hora. O que me aguarda? O que me espera?

Já sei que sim, eu sinto medo. E pensar que pensava não sentir...

Londres - a alegria de ser Brasileiro




Dez da manhã. Estou no aeroporto, duas horas de antecedência - tudo nos conformes. Eles pedem tantas horas por uma simples razão: filas. Precisei de uma hora pra fazer o check in. Depois, aquela cena triste do raio X: senhoras e senhores sendo obrigados a tirar seus sapatos e ser revistados. Senhoras descem do salto, literalmente. Uma outra precisou tirar um brinquedo das mãos do filho. A que ponto estamos chegando.

Mesmo com toda minha pontualidade, o vôo atrasa uma hora. Eu estava tenso! Se bem que estava comemorando que o metrô (no caso a picadilly) não estava parado nem o vôo super atrasado por causa da neve. O problema é que eu só tinha duas horas para trocar de avião em Lisboa - e não queria mais passar nenhum dia no velho mundo! Quero minha casa! Quero comida caseira e banho frio!

Na chegada a Lisboa fui o primeiro a me levantar. Peguei minha mochila e corri para a saída do avião. Tenso, tenso, parado no corredor do avião em uma fila que não andava, já ia perguntar as horas para alguém quando abrem as portas de trás.

Alivio. Dali a pouco um funcionário da TAP chega chamando pelos passageiros em escala para Fortaleza. Umas pessoas de um vôo para Recife também foram chamados. Soube que a pouco um vôo para Natal havia saído. Não é a toa que na apresentação do último balanço financeiro da empresa na ilha da Madeira o presidente da companhia ressaltou a importância do Brasil no crescimento da receita da empresa.

Pois é, estamos com a bola...

Mas como estamos falando de crescimento humano - e não crescimento econômico - deixemos os números para lá e adentremos no que vale a pena e é caro: o valor humano.

Ao entrar no avião observei a primeira classe: super poltronas e, com certeza, um super serviço! Como bom publicitário que sou - para não dizer xereta - tratei logo de bisbilhotar para ver se conhecia alguém ali.

Não vi. Mas observei que o casal que vinha atrás de mim comecou a tecer comentários engraçados como: "- Nossa, que chique eim!", "- Tchau gente, passei só para dar um oi!". Cara, foi demais!

Comecei a observar o rosto das pessoas: muitos amigáveis! Um até sorriu cumprimentando. Esse astral começou a tomar conta de mim! Estava feliz por estar voltando pra casa, comprovando o que disse tantas vezes para os gringos lá: O Brasil é o melhor lugar do mundo.

Temos alegria de viver. Permitimo-nos ser felizes.

Esse texto iria se chamar "a alegria de ser cearense", mas sento do lado de uma gata, ainda por cima simpática. Vinha emocionado pela entrada no avião. Comecei a conversar com ela falando o quão feliz estava por estar de volta às conversas informais, à descontração - e que não estava sentindo a menor falta da Inglaterra debaixo de neve!

Descobri que a garota é de Vitória, então julguei incorreto falar da alegria do cearense - o Brasil todo é maravilhoso!

Eu amo a minha terra.


P.S. Ela fez um elogio ao povo cearense fantástico: disse que somos muito inteligentes e "dados a artistas". Poxa, não poderia ter ouvido elogio mais bonito na volta pra casa...


P.S.2 Portugal estava debaixo de sol! Lindo dia! Detalhe: fazia 10ºC e para mim era quase como verão! Nossa, como será o calor amanhã na terra de Iracema? Feliz!

O poder das despedidas





Não sei se não gosto de despedidas

Nós normalmente não gostamos de despedidas, achando ruim porque vamos nos separar de alguém.

Não sabemos o amanhã. Por que achar que nunca mais veremos aquelas pessoas?

Sei, deveria ter ido no último dia do meu curso de inglês, mas não sei se gosto de despedidas.

O que aprendemos com despedidas? Que tudo é passageiro, e que o melhor mesmo é se ocupar a cabeça com o que se está ganhando - não com o que se está perdendo.

Vejamos como é só uma mudança no modo de pensar.

Aprender a dar valor aos simples momentos, a estar sempre de bom humor (tudo vai passar mesmo!), etc, etc, etc

Isso é a despedida: aprender o desapego. Aprender a amar, a aceitar o momento bom e aguardar sereno que o mau momento passe.

Porque tudo passa.

Temos dias, temos anos, temos estações porque o universo é vivo e se move; o tempo é própria manifestação do divino. Por que ficar se preocupando se você nao vai mais ver aquele amigo, se aquela namorada lhe deixou?

Penso que despedida "é é bom". Faz com que apreciemos cada instante como se aprecia goiabada com creme de leite.

A volta do caderno

Achei meu caderno! Ele estava em uma bolsa da viagem que estou levando pra Fortaleza, ou seja, não havia mechido nela.

êeêÊEEê

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Forças




Como na hidrelétrica
em que a força movimento
se transforma em força corrente eletrica
Existe a força que nos deixa no chão

É a força gravidade

Assim como existe a força gravidade
existe a força anti-gravidade
que nos empurra pra cima
que equaliza a equaçao gravidade razão espaço

O chão que vivemos é o resultado dessa equação: não mais abaixo, não mais acima.

Assim deve ser o nosso agir...

Aparente baixa nos arquivos do blog



Meu caderno com as anotações de Londres está perdido.

Minha esperança é que eu consiga achar no setor de achados e perdidos da TAP.

Ou que alguem os encontre e goste do que escrevi...

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

O Brasil desenvolvendo "Know-how"

O Rio está passando por uma série de problemas. Nao só o Rio, mas todas as grandes cidades do mundo - ricas e pobres sofrem as consequências de uma urbanização sem preparação.

A força de paz, uma especie de polícia atuará nos complexos que o estado retomou do domínio dos traficantes.

Missão perigosa essa... Balanço entre força e social. Não é de hoje que venho dizendo que segurança pública deve ser tratada pelo viés social, não pelo viés das armas, do poder, da intimidação.

Nossa polícia funciona pela intimidação porque o estado não é justo, gerando revoltas que devem ser contidas.

O que achei interessante nessa matéria do O POVO (http://www.opovo.com.br/app/outras-noticias/brasil/2010/12/13/noticiabrasil,2077233/defesa-e-exercito-decidem-nesta-terca-atuacao-da-forca-de-pacificacao-no-rio.shtml) é que o comandante da forca de paz no Rio é o antigo comandante da força brasileira no Haiti.

Aprendendo lá fora e atuando na terrinha. Olha ai nosso país como anda cosmopolita!

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Londres - Hyde Park




Estou em um dos lugares mais bonitos de Londres, o Hyde Park, uma área verde imensa no coração da cidade. Adoro observar a água (sou do mar e adoro perder-me em pensamentos observando o horizonte) e aqui tem um lago de nome “The Serpentine”. Ontem choveu, mas hoje o sol está de volta – tão bom sentí-lo em meu rosto!

Aqui existe pombo por toda parte. Além deles, vejo patos, cisnes, gaivotas... Como o parque é grande, o barulho da cidade permanece distante, e os quacks dos patos, o canto dos pássaros e o barulho do vento por entre as folhas das árvores completam o bucólico cenário.

Muitos passeiam com seus cachorros. Aqui eles correm soltos, felizes, livres de suas correntes e das paredes dos apartamentos. Engraçado, não correm atrás dos patos! De tão educados nem cumprimentam os demais visitantes do parque – que pena!

Muitos lixeiros, as cercas bem cuidadas. Foi aqui nesse parque que eu vi umas das imagens mais lindas da minha vida: está nas fontes italianas. Duas estátuas em postura de observação e contemplação; uma fonte ao meio, e o lago ao fundo. Árvores majestosas completam o visual nesse quadro vivo. Beleza assim só vi observando a duna da testa branca, que fica do outro lado do rio Coreaú o qual chamamos “Ilha do amor” lá no paraíso do Ceará... Lindos quadros vivos.

Você pode vir para o parque descendo na Marble Arch station, na Hyde Park Corner station (onde existe as roseiras... muito lindo), na Lancaster Gate Station (perto das fontes italianas) entre outras formas. Eu desci em Queensway station e vim andando até aqui. No meio do parque existe a The Serpentine Gallery que vale a pena conferir e perto dela, o memorial – fonte da Princesa Diana de Wales.

Lá no memorial da Princesa Diana sugiro parar um pouco e observar o barulho das águas correndo... Muito gostoso.

Estou escrevendo enquanto observo o lago e a ponte com seus arcos ao fundo.

Londres - dia de chuva, humor pra baixo




Um mês e pouco de Londres. Tão pouco tempo que parece ser tanto... Comeco a sentir as primeiras reações, acho. Não sei do que estou sentindo mais falta, se das pessoas ou do clima.

Sinto falta de dar risada, de rir de besteira. De acordar cedo e olhar para o sol. De andar de bicicleta, de dar e receber abraço gostoso. Ando tão estranho que, mesmo se tivesse alguém para abracar, talvez eu não sentisse vontade. Estou me sentindo estranho.

Alguns dias não tenho voltade de levantar e cruzar com essas pessoas. Não que elas sejam más, muito pelo contrário, a maioria está aqui para trabalhar e vencer na vida. Pessoas simples e humildes como nós brasileiros. Mas para quem veio do Ceará, o melhor lugar no melhor país do mundo, ninguém é interessante o suficiente. Quando se está com a energia plena você passa por cima de tudo isso. Rompe as barreiras que as pessoas se impõem. Atravessa o campo de força da frieza e do medo... O que não está sendo agora o meu caso.

Sou uma pessoa do dia vivendo em uma cidade onde só é noite. Tenho um coração maior que a razão vivendo em um lugar que ninguém tem tempo para notar isso.

Sempre fui de beber, não sou mais. Não gosto mais, não me deixa feliz como antes. E a praia de Londres é a balada. Sou do trabalho, da ação, preciso me sentir útil de alguma forma. Aqui não posso trabalhar. Gosto de saber que tenho dinheiro, aqui estou liso. Gosto de amar, e não vejo ninguém interessante para amar... Adoro conversar, mas como fazer se não domino o idioma?

Em resumo, sinto-me sozinho... Como vou viver cinco meses aqui? Já não sei se quero continuar em Londres. Voltar pro Brasil agora nem pensar, só em janeiro como planejado. Será que devo ir para a Alemanha ou para a Espanha?

Honestamente acredito que eu seja maior e mais forte do que tudo isso... O inverno está vindo. Está esfriando. Preciso agir.

Londres - o strike




Hoje a cidade amanheceu um caos. O metrô – pasmem – está de greve da tarde de ontem até o final do dia de hoje!

Eu não tenho experiência suficiente, mas as meninas que moram com a gente (A Marfê de São Paulo e a Livia de Vitória) disseram que realmente as coisas andaram subindo, por isso a reivindicação dos funcionários. Talvez reflexo da situação delicada pela qual passa a Europa.

Foi engraçado. Acordei cedo, feliz – está fazendo um sol maravilhoso! Exercitei-me, comi e saí feliz para mais uma aulinha. Justo nesse dia eu pensei: “Nossa, essa cidade é fantástica! Olha o silêncio... Você quase não ouve o tráfego. O ônibus anda. A cidade flui...”

Nessa época eu e o João morávamos em Islington, região norte de Londres. Eu pegava a linha 29 para ir para o centro, era no máximo 25 minutos. Não via engarrafamento, ônibus lotado – só as vezes ele vinha meio cheio, mas nada comparado a Fortaleza. E ficava imaginando como podia ser assim numa cidade com uns 7 milhões de habitantes.
Bom, ai lembrei do strike. A rua que eu pegava o 29 completamente engarrafada! 13 de maio 6 e meia da noite! Busão nem pensar, passou uns três que de tão lotados nem paravam... Grande circular perdia era feio! Fiquei chocado.

Londres é uma cidade super antiga, não tem estrutura viária principalmente pela região central. O tráfego aqui é bom por uma simples razão: ninguém usa seu carro próprio. É muito mais econômico, prático e barato ir de metrô, que cobre boa parte da cidade. Onde você vai tem uma estação perto. Ônibus e trens complementam o sistema de transporte público, e dificilmente estão lotados. O metrô funciona: existem linhas que passam de um em um minuto, dificilmente lota.

Por isso hoje a cidade está essa confusão. Imagino o centro como deve estar! Muito carro na rua a cidade pára. No Brasil estamos carecas de saber disso mas ninguém decide acabar com o problema. Será pela pressão do Lobby da indústria automobilística? Imagina...

Está aquela visão do fim-do-mundo: as paradas de ônibus lotadas e muita gente andando em direção a área central. Até pegar táxi está difícil, pois todos passam ocupados. No meio de todo esse caos um meio de transporte não sofre nenhum problema: as bicicletas. Quase zombam dos que estão presos dentro de seus carros passando em toda velocidade, com toda liberdade.

Aqui muitos usam bicicleta. Esses em nada tiveram a rotina alterada. Dá para passar entre os carros, no canto da calçada (não em cima!) e os carros vão ficando para trás. Hoje, boa parte da cidade está com inveja dos ciclistas – eu incluso! Talvez essa seja a imagem de como vai ser quando as cidades pararem de vez: quem estiver de bicicleta é que vai ser “o cara”...

Sai de casa oito e meia. São nove e meia e a situação continua a mesma. Andei um pouco acompanhando o fluxo, mas vi que não ia conseguir no curso. Parei em um parque para escrever.

Londres - Marble Arch




Estou escrevendo no Hyde park. Hoje faltei o curso pois não consegui acordar cedo depois de dias tao agitados.

Verão! Estou sob um sol maravilhoso sentado em um gramado verde e florido. É o Marble Arch, uma das entradas do parque. Algumas pessoas bebem cerveja, outras (especialmente crianças) brincam com os pombos, outros escrevem! Está muito gostoso aqui.

A Oxford Street (nome da rua onde eu estudava) está cheia! Não dá para andar tranquilamente com tanta gente subindo e descendo a rua. Falei a pouco com alguns amigos brasileiros. Estou adorando estar aqui, mas perdão, o Brasil é muito melhor! Sinto falta dos sorrisos, do sol quente e de minha lingua natal.

Mas sei que isso é besteira! Em alguns dias sei que estarei me sentindo londrino! E essa terra ficará em meu coração para sempre...

Londres - a chegada





A viagem foi ótima. Lanchinho gostoso, poltronas até confortáveis (melhor que as quais eu viajei no Brasil) e me divertindo ouvindo o sotaque dos portugueses! Não posso falar do sotaque de ninguém, afinal sou do Ceará, um dos sotaques mais peculiares do Brasil!

Em Lisboa tinha uma hora para desembarcar e pegar o outro avião. Quem disse que eu lembrava? rs. Estava extasiado com a viagem, com o visual de Lisboa (parece ser uma cidade linda), e estava lá tras no avião, não ia incomodar ninguém. Quando eu desci do avião a surpresa: um vento gelado! Muito frio. E pensei: nossa e é verão! Imagine descer desse avião no inverno. No caminho do saguão foi que lembrei que tinha que pegar o outro vôo! Chegando lá perguntei para um funcionário sobre o que deveria fazer, ele me informou: pegue a fila tal, que esqueci o nome mas quer dizer algo como “remarcação”. Uma fila gigante! Esperei um pouco mas vi que aquilo não estava certo... Vi umas funcionárias que não estavam atendendo e dei o velho “jeitinho brasileiro”: saí da fila e fui ao encontro delas. Não as interrompi mas elas faziam cara de que não estavam nem ai para mim. Até que uma se incomodou e disse:

- Senhor, você precisa pegar a fila para ser atendido.

- Eu sei, mas me informaram que eu precisava pegar essa fila, mas meu vôo para Londres está saindo agora e vou perdê-lo se não resolver logo! (Eu estava com o cartão de embarque na mão).

- Senhor, você já tem o cartão de embarque, pode ir direto para o portão tal e embarcar.

- Obrigado! – E corri. O funcionario tinha me dado a informacao errada.

Estava tão atordoado que nem lembro se falamos português ou inglês, sei que comecei a vida de Europa: corri até o tal do portão que não era perto! Passei no raio X, achei a área de embarque mas... Ninguém. Olhei o relógio: 9:25am. Meu vôo era 9:20am. Poxa, rs, por 5 minutos é foda...

Usei o telefone de informações que tinha do lado e a atendente da TAP disse que eu devia ir para a tal fila que não lembro o nome. Ai relaxei, fui no banheiro, lavei o rosto, usei o anti-séptico bucal e me preparei para enfrentar a fila de novo... Andei de volta tudo o que tinha corrido e lá vou eu enfrentar uma fila maior do que já estava naquela hora! E eu inocente achando que fila era privilégio do Brasil. Esperei um bom tempo. Fui muito bem atendido, e graças a DEUS não precisei pagar pela remarcação. Quando ela me disse o horário final de embarque do novo vôo, adivinhem: faltava uns 10 minutos! Nova correria. Pelo menos dessa vez já sabia onde era o portão!

Cheguei a tempo. Embarquei. Do meu lado um garoto cheirando a bebida... Não tem nada pior do que bafo de bebida! De qualquer forma bobagem, estava super feliz e ansioso pela chegada em Londres, principalmente por conta da imigração. Depois de um tempo observei o passaporte dele e vi que era australiano.

Antes do desembarque ouvi pelo sistema de som que tinha que preencher um papel quem não era cidadão europeu e que precisava estar com ele em mãos no desembarque junto com o passaporte. Na saída do avião uns policiais britânicos com cara de mau parando as pessoas que estavam com o cartão! Quem me parou foi uma mulher perguntando:

- Hi, what are you coming to do in England? – Nisso de um jeito super rápido de maneira que não dava tempo para você pensar, para saber mesmo se você não está querendo mentir. Ai meu Deus, era a hora!

Falei que estava vindo fazer um curso e tal. Ela pediu para ver a carta da escola, mostrei. Perguntou onde eu ia ficar, mostrei a carta do João (meu primo que estava me esperando no saguão) com o endereço. Ela me perguntou quanto eu tinha de dinheiro para ficar, eu falei. Nessa confusão toda de papel voou as libras que eu tinha comprado no Brasil! O dinheiro esparramou no chão e eu super nervoso dizendo:

- Ow forgive-me, forgive-me!! (perdao!)

Ela me surpreendeu nessa hora e fez uma brincadeira:

- Ah não senhor, desculpe mas não aceito propina! (Em inglês).

Ajudou-me a recolher os papéis, foi super atenciosa e educada. Na despedida desejei um ótimo dia para ela, ela desejou-me o mesmo. Os ingleses mostrando-se super educados.

- Acabou? Pensei. Era só isso? Já estava procurando ver se via o João quando deparei-me com a verdadeira fila da imigração: uma para cidadãos europeus, outra para não-cidadãos. Estava tranquilo. Sabia que não tinha o que temer, estava tudo certo, todo documentado. Não vim para imigrar até porque não quero! Preciso do sol para viver... Sou do Ceará, amo o sol, água de coco fresca e o calor das pessoas.

Meu inquisitor foi um senhor. Parecia ser o mais exigente de todos! Fez-me milhões de perguntas e eu, com meu inglês mais ou menos, ia respondendo. Perguntou quem estava me patrocinando, respondi meu pai. O que ele fazia no Brasil (a primeira moça já havia perguntado), o que eu fazia no Brasil (mostrei a carteirinha da faculdade junto com a declaração de matrícula), blá, blá, blá... Falei que ia ficar na casa de meu primo que é Espanhol. Ele perguntou se eu era brasileiro por completo, eu respondi que sim. E ele soltou a pergunta casca-de-banana:

- Se você é brasileiro, como pode ser seu primo Espanhol?

Eu fiquei meio boquiaberto com a pergunta, já estava quase fazendo amizade com ele. Respondi na maior naturalidade a verdade:

- O pai dele é Espanhol e casou com minha tia.

Depois disso tudo OK, carimbou meu passaporte e disse que eu podia ir. Como com a moça eu desejei um ótimo dia, ele desejou-me o mesmo. Pronto, estava na Inglaterra! Vitória!

O João coitado me esperava aflito no desembarque! Abraços, beijos, emoção. Pedi desculpas por não ter avisado que tinha perdido o vôo, mas não tinha tido tempo. Depois comprar o oyster, pegar o metrô e começar a vida em Londres. Cheguei com chuva, vento e frio. E eu esperando um bom dia de verão!

Ele morava em Islington, região norte de Londres. No mesmo dia fui no trabalho dele em Houborn e fiquei andando pela região. Adivinhem, nessa minha andança encontrei até a sede do meu curso! rs.

Esses primeiros dias o tempo estava muito ruim: vento, chuva, frio...

Londres - a partida




12 de agosto de 2010.
Estou na area de embarque internacional do aeroporto internacional de Fortaleza aviador Pinto Martins. Depois de uma fria – nem por isso desagradável – entrada, uma moça bonita recepciona-me com um sorriso de orelha a orelha e me entrega um panfleto do Duty free com ofertas tentadoras, em sua maioria bebidas e cigarros.

Área de embarque internacional, primeira vez. É como estar em lugar nenhum do mundo, onde a nacionalidade, a identidade chega a ser questão de sobrevivência. Sei que ainda estou em meu país, mas já me sinto meio sem chão... Ouço histórias de muito longe, de outras culturas, raças, cor, credos, ideologias.

Muitos estão a passeio. Afinal estamos em Fortaleza, capital do tão afamado Ceará, onde o sol brilha o ano inteiro e, dizem as más línguas, o pessoal fala cantando. Terra dos maiores humoristas do país, conhecida pela hospitalidade, pelas belas praias, pela lagosta e pela india Iracema.

Primeira fila de imigração da minha vida. Tensão. As pessoas – clientes e funcionários – sérias. Eu realmente não gosto desse clima. Chega minha vez. Uma agradável moça com cara de cearense seria minha inquisidora. Ao aproximar-me lanço todo meu charme:

- Boa noite.

- (ela não me responde)

Mesmo assim quase esboçou um sorriso, rs, consegui atingí-la com a melhor das armas: a educação. Entreguei passaporte e passagem. Ela devolve-me a passagem. Tensão. O que ela vai perguntar, pensei. Caralho, será que pus os documentos na mochila mesmo? Já passava toda a história na minha cabeça: estou indo para Londres fazer um curso de inglês, estou indo ficar na casa de meu primo, blá, blá, blá, então... Ela devolve-me o passaporte e diz:

- Boa viagem.

Ah certo, estou em meu país, não preciso justificar o que estou indo fazer la fora! rs.Que bom, menos bucocracia.

Escrevendo comeco a sentir que estou fora do Brasil. Já está registrado que não estou mais nele e, olhando essas pessoas, sinto não estar mais no meu amado e abençoado lugar. Daqui a pouco, Portugal.

- O senhor abençoou-me e o Miranda escolheu uma janela pra mim! – pensei. Será que vou realizar meu sonho de ver no avião o sol nascendo? Chegando em Brasília quase consegui ver mas, pasmem, errei o lado do avião, rs.

Estou sob custódia do meu país, mas obedecendo a leis que trancendem-no. Jajá adeus carnaval, adeus aquele acordar na casa de minha mãe ouvindo os pássaros enquanto observo as palhas de um coqueiro super verde balançando na famosa brisa Cearense... Aquele é o meu Camocim, o qual chamo Paraíso. Até sei lá quando!

Uma coisa é certa: muita família, pouco homem solteiro. O perfil do turista que vem ao Ceará deve estar melhorando mesmo – sem entrar obviamente no mérito se a prostituição em Fortaleza está diminuindo ou não.

Fui ao banheiro. Tudo é uma incitação ao consumo! Deparei-me com umas cervejinhas bem geladas e... Estou tomando uma bohemia geladinha agora! rs.

E nada de embarque! O que vai ser de mim, pergunto... Pra que saber! Respondo.
Deixa rolar!

O embarque começa... A aventura começa.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Vagabunda




Faz poema quem ama
sofre quem se arrepende
mata quem não consola?
O que importa?
Se te amo, não sei
se te odeio, não sei quando comecei

Se te atormento, não consigo parar
vagabunda
Ate te ter em minhas mãos
Ate parar de sorrir
Ate parar de chorar

Desabar, fraquejar, desejar
essa tua boca imunda
que diz as mais belas coisas
Essas delicadas mãos
vão da perversidade a sexualidade
Pura personalidade

Tua bunda carnuda
me faz perder o juizo
Ah, seios maravilhosos...
pontiagudos e vagabundos
Te quero toda, nua, minha, vagabunda

Te quero de mais
te quero de menos
quanto mais te odeio
mais te abomino
e mais e mais te quero
longe de mim

Mas, por favor, não vais tão longe
volta, mas vai
grita, mas vem
vê, mas fecha meus olhos

Deixa de lera
e abre essas pernas
e me leva ao paraiso
minha vagabunda

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Crônica: O Tal do Sistema*



Anda cada vez mais difícil viver dentro do sistema. Responsabilidades e trabalho em troca de desconfianças, individualidade, ambição e injustiça, disfarçadas em uma grana\esmola no final do mês.
Mas o que é esse tal de sistema que as pessoas tanto falam, principalmente aquelas ligadas à esquerda (um termo complicado de se usar)? Tentarei falar um pouco sobre, mesmo tendo consciência de que não conseguirei explicá-lo em toda sua abrangência.
O SISTEMA É O MODO ECONÔMICO-SOCIAL-POLÍTICO-IDEOLÓGICO que "escolhemos" viver - o modo como nossa sociedade está organizada. É baseado no lucro, na acumulação de capital e na divisão de classes. Quanto mais poder ou dinheiro você tem - ou aparenta ter, mais importante você é dentro da sociedade. Valores como decência, honestidade ou inteligência ficam em segundo plano – ter um carrão chama mais a atenção que escrever um livro.
O homem tem necessidades materiais que necessita satisfazer, e para isso desenvolveu técnicas como o comércio, a agricultura e a fábrica (produção em série – ver Taylorismo e fordismo, escolas da ciência administrativa). Nossa sociedade contemporânea começou a moldar-se com o mercantilismo (grandes navegações e exploração das colônias), com a revolução industrial inglesa (ascensão das fábricas, da relação patrão-empregado e das grandes cidades) e da Revolução Francesa – os comerciantes\burguesia tomam o poder da aristocracia. Assim nasceu o sistema capitalista, que veio tomar o lugar do então vigente feudalismo. Mas o que ganhamos mesmo com isso?
Você pode ir de ônibus, andando ou de bicicleta ao trabalho, porque então trabalhar muito mais para manter um carro e ir todo dia nele? O que realmente nos leva a aceitar e abraçar o sistema já que ELE NÃO GERA AS MESMAS CONDIÇÕES DE ASCENSÃO SOCIAL A TODAS AS PESSOAS, sendo, portanto, em verdade uma grande e mal disfarçada forma de exploração do homem pelo homem, como dizia Marx?
Nós somos criados dentro de um sistema de valores repassados principalmente PELA TELEVISÃO. Desde que nascemos a mídia nos "ensina" o que é TER SUCESSO, como GOZAR O PRAZER, o que é FELICIDADE - quem achar que estou errado por favor prepare uma boa defesa. Para ser aceito no seu grupo, o homem vai atrás de dinheiro para ter suas necessidades SOCIAIS - não mais materiais - atendidas: pegar mulher na balada com um carrão, ser respeitado pela família ao ter um bom apartamento ou casa ou ainda obter admiração dos amigos e conhecidos por causa do bom emprego. Quem não quer ser médico ou advogado para ser chamado de “Dotô”?
Como disse meu amigo Cazuza, "... nosso crime não compensa": se você opta ser verdadeiro e feliz, fazer o que quer, não obedecer patrão, não ter carro e andar de bicicleta é desvalorizado. Ao contrário, quem rouba para comprar carrão, apartamento em Fortaleza e roupas caras é visto como “esperto”, quase como se a sociedade tivesse obrigação de provê-lo tudo isso – nada com a realidade política local! Aliás, nós brasileiros trabalhamos quase CINCO MESES DO ANO só para pagar imposto ao governo! E o que recebemos em troca?
Existem outras formas de organização da sociedade. Raulzito já cantava "Viva à sociedade alternativa". O hippies já mostravam na década de 60 que ser feliz sendo diferente é possível. OK que esses casos incluem muitas drogas para se ter a mente "tão aberta", mas há casos de sociedades alternativas aqui no Brasil – assim como no resto do mundo – onde alguém doa partes de sua terra para pessoas virem morar, plantar, cuidar da terra e uns dos outros, vivendo em uma sociedade comunitária com respeito entre si, valores morais, religiosos, sentimentos de justiça e igualdade – tudo isso sem drogas. Eu vi com meus próprios olhos nessas andanças que fiz pelo país. Não estranhem isso não passar na televisão...
Então assim eu descrevo como é a sociedade que quero viver: uma ideologia de justiça e igualdade; uma economia baseada no trabalho voluntário (você trabalha naquilo que faz melhor) e com produção dividida igualmente entre seus membros; e o meio social onde os líderes são escolhidos naturalmente de acordo com sua capacidade de liderança e de produzir riqueza e segurança para o seu povo.
Um sistema econômico justo traria harmonia a esse povo, que teria tempo de CUIDAR MELHOR DOS FILHOS e para atividades como arte, esportes e lazer. Aliás, como anda nosso tempo hoje? Quantas horas do dia você passa trabalhando e quantas se divertindo? Será mesmo que DEUS nos criou para sermos escravos do trabalho?

*Publicado no jornal O Correio do Litoral de Julho.

Crônica: Porto, trem, lagosta... Hoje o turismo!*



Quinta feira dia 21 estive com D. Maria José Coelho de Carvalho, secretária de turismo de Camocim. Em sua sala com um bonito quadro ao fundo, recebeu-me muito bem e foi super agradável e prestativa quanto as informações que pedi.
O que mais gostei de ouvir em nosso bate papo, atrevo-me a assim chamar, foi sua preocupação em preparar a cidade antes de anunciá-la na mídia. Esse é um pensamento corretíssimo, pois é claro para nós que nosso paraíso não tem nenhuma excelência em serviços. Mesmo assim vejam a situação de nossos hotéis: hoje falta leito em Camocim! Informação muito importante essa, pois indica que sim, Camocim está recebendo muita gente e a tendência é recebermos mais.
Em seguida fui para Jericoacoara, nossa querida Jeri. Uma turma de cinco pessoas, eu incluso, fizemos caminhando esse percurso de 45 km! Dois nativos, uma semi-nativa (Carolina Chavez, do Carol Acqua, residente em Camocim há 10 anos) e dois visitantes: uma de Brasília e outro que mora no Canadá, irmão de um que se apaixonou por essas terras e por cá resolveu ficar. Nem preciso dizer que foi maravilhoso. Quantas pessoas pagariam por aquele passeio – imaginava essa minha cabeça de comerciante\publicitário. E não só esse passeio, mas pelo mangue do Coreaú, para a Barra dos Remédios, parque de dunas, por nossos seis grandes lagos... Tantas chances de crescer nós temos com o turismo, disse bem nossa secretária. Afinal com um litoral de 62 km praticamente virgem, o maravilhoso mangue do estuário do Coreaú, clima bom o ano inteiro, num momento da economia mundial que o turismo - assim como todo o setor de serviços - só cresce, é pra lá mesmo que temos que correr. Inclui-se nesse contexto nossa pesca que não anda lá essas coisas e nosso parque industrial incipiente.
E quando há investimento tem que ser bem feito. Nossa nova beira mar ficou mais verde, mais iluminada, ganhou um mirante maravilhoso, mas o que são aqueles bancos na praça do Ódus, em tese nossa praça de eventos (inclusive com placa indicativa)? E a falta de engenharia quanto a altura do calçadão nas áreas em que a maré sobe e o banha? Daqui a pouco aqueles conhecidos buracos aparecerão – já nos dizia Fernando Veras em sua crônica de dezembro. Saudoso lembro de nosso “Café Du Port”, restaurante de todo bom gosto localizado na mesma beira-mar levado pelas chamas. Jeri é hoje o que é pela divulgação sim, mas muito pela qualidade de suas hospedagens e restaurantes. Para atrairmos turistas não bastam belezas naturais, precisamos de serviços de qualidade. Qual passo estamos dando nessa direção?
D. Maria José falou do seu trabalho a frente da secretaria para esse carnaval. Cursos em parceria com o SEBRAE para melhorar a qualidade de nosso serviço, produção do folder explicativo para os foliões, cadastramento das famílias que alugarão suas casas durante o período momino, trabalho junto às barracas de praia, principalmente as do Maceió e Tatajuba... Mas e depois? Mesmo organizados, como vamos nos diferenciar como destino turístico já que coqueiros, dunas e sol existem em vários outros lugares?
Já repararam em nossa riqueza arquitetônica? O projeto para Camocim junto ao IPHAN, órgão do governo federal, anda lento (o prédio da antiga prefeitura está aguardando avaliação) e nosso plano diretor está para ser votado, ações que vão nesse sentido. A história de Camocim, a conhecemos? Quem teve o privilégio de ler algum livro do Sr. Arthur Queiroz, nosso querido memorialista, sabe o que estou dizendo. Não esqueçamos que Camocim já foi uma importante cidade com porto, cinema, vôo direto para Fortaleza em plena década de 50, base de apoio aos vôos Europa e EUA - Rio de Janeiro, primeira loja maçônica do Ceará, o aviador Pinto Martins... Nossa Camocim é uma mistura de culturas. Já repararam como aqui tem gente com olhos claros e cabelos loiros? Essa forte herança européia contrasta com nossos traços indígenas da nação Tremembé. Um lugar único, especial, aconchegante. Sim, temos muita coisa além de praias.
Um passo para a valorização de nossa cultura foi feito com o Festival Gastronômico de Camocim e o Salão de Artes, eventos produzidos pela Prefeitura que nos lembram que não somos só praias: somos cultura, somos história, somos culinária, somos esportes náuticos, somos artes plásticas, somos literatura, somos arquitetura... precisa que outros venham de fora e nos digam o quanto somos maravilhosos? Será que eu conseguiria ter feito aquele passeio com amigos aqui da terrinha? Almir Klink teve que nos dizer que nossa beira mar é o maior museu de embarcações artesanais ao ar livre do mundo, imaginem quantas coisas ainda temos por descobrir.
Temos uma paisagem paradisíaca, uma gente maravilhosa e uma cultura super interessante, tudo que o turista hoje procura. Para atendê-los precisamos de estrutura, de serviços de qualidade. Que Camocim saiba hoje se preparar para a demanda que haverá quando o Brasil, quem sabe o mundo, descobrir esse pedaço do paraíso esquecido no norte do Ceará...

Site oficial da Setur: www.camocimturismo.com.br

*Crônica publicada no jornal O Correio do Litoral de Março. Retirei essa imagem da Internet. Obrigado Franco de Lagos!

sexta-feira, 30 de julho de 2010

A oração do politico corrupto



" Meu senhor, obrigado por mais um dia de trabalho
Obrigado pelo povo ser tão idiota
E ainda acreditar em minhas histórias
Apesar de já há 3 pleitos eu contar a mesma coisa

Obrigado pelos meus patrocinadores que nunca cessam de chegar. Eu nunca os deixarei de mão em seus interesses em Brasília! Aliás, enquanto estou me lembrando, abençoe o sr. x pelo carro tão lindo que ele deu pra minha filha no seu aniversário! Que carro lindo! Terei que conseguir uns bons contratos pra pagar esse carro!

Obrigado senhor pela educação aqui no Brasil! Mal sabem ler, quanto mais entender que eu os estou enrolando!

Enfim senhor, muito obrigado pelas verbas públicas! O que seria de mim sem elas... Eu nunca trabalhei, como que ia aprender? Ganho um absurdo de dinheiro pra trabalhar 3 vezes na semana, sem contar os recessos! Pobre daquele coitado que me disse que trabalhava até no domingo e ganhava meio salário mínimo pra ele, a mulher e dois filhos viverem! Abençoe ele também senhor, pois aquele ali pode nem adoecer que não vai conseguir achar vaga no hospital!

A vida é assim mesmo senhor... Existem ricos e pobres. Os pobres devem sustentar os ricos e pronto. Quem manda nascerem pobres? Não fui eu quem fiz essas leis... Se é justo, não me importa. O que me importa é conseguir os votos necessários pra me eleger mais uma vez!

Abençai senhor minha família, meus amigos e meus eleitores. Amém.

Tempo de eleições



Dor
Mais uma campanha política nos envolve
O deputado visita a feira da cidade
E cumprimenta o pobre
Lhe dá 5 conto
E nunca mais volta...
(Pelo menos até a próxima eleição!)

O eleitor adora ver o deputado
Tomar uma cachaça com ele
Diz que ele é gente fina
Recebe até um abraço!
Mas não consegue se perguntar por que, por exemplo,
o mercado da cidade anda tão esquecido e abandonado...

O deputado diz que o governo não tem dinheiro pra reforma
Mas esconde que o jatinho que ele chegou é pago por esse governo
Ou seja, por nós mesmos, cidadãos
Que às vezes não tem dinheiro nem pra ir de Guanabara...

Depois de meio mundo de conversa
E das cédulas de 2 e 5 conto acabadas,
vem o almoço com os peixes graúdos
Hora de esquecer os Caico com farinha

Participam o dono do partido, o dono dos votos
e o DONO DO DINHEIRO!
Que vai ganhar muito mais depois do deputado eleito
As tão desejadas licitações
Sobre isso o deputado não fala no mercado...

Mais conversa, mais lenga-lenga
Tantos votos custarão tantos reais
Acertado o próximo apoio para prefeito
Hora de botar o nome na rua!

Comicio! Oba, vem a banda tal!
Se eu ganhar isso!
Se eu ganhar, aquilo!
E bate palmas o povão!

Após o final dos falatórios
Dá-lhe banda de forró!
Ai é a hora do povo, que delicia-se
Banhado em tanta cachaça distribuida de graça...

PANIS ET CIRCENSIS
É a festa da enganação!
O pobre diz "Me engana que eu gosto"
O político diz "Me deixa roubar que eu adoro!"

E ao fim de do dia,
Nosso político amado pelo povo
Embarca em seu jatinho
Fretado com verba de gabinete

Mais um dia de trabalho pesado! - ele pensa
E tranquilo, põe a cabeça no travesseiro e dorme.


(Imagem captada de internet. Direitos por conta de DEUS.)

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Mudanças, mudanças...



Ando triste, solitário, ansioso e irritado nessa que é a melhor fase de minha vida...

Ando estranhamente satisfeito, deliciando-me em mais um capítulo de minha vida que passa diante de meus olhos.

Daqui a um mês estarei indo para o exterior. Passar pouco tempo sim, mas é apenas mais um passo na construção da pessoa que quero ser. É apenas mais uma viagem de muitas outras... E como todas, tão importantes na construção do meu ser.

I wanna Learn, fly, discover...

Ando tomando atitudes no campo político também. Não vim ao mundo para ser mero espectador - ou JUST A BRICK IN THE WALL como já dizia o Pink Floyd. Vim para mudar. Vim para gritar. Vim para questionar.

Preparem-se...

2012 vem ai!

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Super matéria sobre Camocim no Estadão




Se bem que a matéria era sobre Jeri, mas falaram mais de Camocim do que de lá! A foto da matéria simplesmente é em Camocim, nosso cartão postal; as redinhas do laguinho da Torta. Sempre nossa bucólica e encantadora Tatajuba faz parte de Jeri nas reportagens, já repararam?

Vejam o que falaram sobre o nosso paraíso; "um vendedor de galinhas vivas que mantém as aves presas à sua bicicleta enquanto espera pelos compradores."! Ou seja, além de sermos a rodoviária e a Barra dos Remédios, somos também "personagens dignos de nota"! Em bom Cearês, "umas figuras"!

O jornalista Tiago Queiroz não lembrou de citar que, apesar da foto principal da matéria ser em Camocim, e ele citar CINCO pontos turísticos do nosso paraíso (Tatajuba, Mercado Central, Barra dos Remédios, Guriú e Laguinho da Torta) a reportagem é sobre Jeri!

Veja bem, esse é um erro totalmente perdoável para alguém que vem de São Paulo para fazer uma matéria sobre Jericoacoara, umas das dez praias mais bonitas do mundo segundo o Washington Post. O que eu quero mostrar é que se os pontos turísticos mais interessantes da região escolhidos pelo cara foram em Camocim - tanto que escolhera uma foto nossa pra ilustrar a matéria, tem alguma coisa errada ai! Ou melhor, muito certa para nós camocinenses!

Já tem tempo que venho chamando isso aqui de Paraíso, de melhor lugar do mundo - tanto de contato com a natureza como de calor humano, pessoas de coração vivo.

Quando é que vão acreditar?

Segue o link; http://www.estadao.com.br/noticias/suplementos,grand-finale-na-bela-badalada-jericoacoara,550067,0.htm

sexta-feira, 26 de março de 2010

Em folhas de guardanapos...



Correr, correr, correr
seguindo as águas que andam
As vozes do oriente cantam
as do ocidente, comandam
levando a perecer seus irmãos

A luz veio para todos
A salvação, não
Não temas a morte
se o acaso ronda a esquina

Dez tostões pelos seus pensamentos
Envolvem sexo, suor e luxúria
em nome de uma tal liberdade
que só traz infelicidade

Quase nao vejo o meu amor
envolvido em tanto trabalho
Uma taça de vinho nao embriaga mais
pois dificil está o viver

Congregemo-nos irmãos
sobre uma mesma bandeira
A bandeira da fé, do apoio e do amor
Onde a união sobrepuja o individual
onde o amor vençe o capital

sexta-feira, 19 de março de 2010

FHC fala sobre relação Brasil - EUA


Essa frase foi dita ontem pelo nosso ex-presidente Fernando Henrique como piadinha para o presidente Lula. Ele referia-se a Joaquim Nabuco quando disse que o Brasil deveria seguir o exemplo dos americanos - isso pelo final do século XIX.

"Que o presidente Lula não me ouça, e não estou falando do Irã, mas, quem sabe, Nabuco não estivesse já delineando naquela época para o Brasil uma relação mais estreita com os Estados Unidos, que desse espaço para o país se afirmar mais em sua área de influência naquela época, exercendo uma ação de moderação na América Latina".

Além de não dizer nada objetivamente, FHC supõe que numa aproximação Brasil - EUA nossos hermanos do norte nos garantiriam alguma independência política, de opiniões e sobre o mercado (não esquecamos das regras monetárias).

Negociar com tão bárbaro povo não é o caminho, pois eles não são colaborativos - são DOMINADORES. Não digo que votem no PT, mas indico o discurso que nós, POVO BRASILEIRO, devemos evitar em nossos governantes.

Crônica Juventude, a Sociedade do Amanhã*


“Mulher barriguda que vai ter menino

Qual o destino que ele vai ter...” Secos e Molhados, 1973.

Tempos difíceis andamos vivendo. Reflitamos, aproveitando esse momento de ano novo, de mudança, sobre um grande problema: nossa juventude. Categoria que faço parte, pois ainda não tenho completado os 25.

Vejo como hoje somos esquecidos, falando tanto de políticas públicas como pelos pais mesmo. Com essa tal de modernidade, eles precisam passar muito mais horas do dia trabalhando, resolvendo coisas... Pouco sobra de tempo pros filhotes. Na ausência dos pais aparecem os vilões. Quero falar de três que não costumamos ver como tais.

Nosso maior inimigo público hoje está situado no interior da grande maioria dos lares do mundo: a TELEVISÃO. Você já reparou como é o formato de uma sala? Sofá e poltronas são dispostos de modo a deixar as pessoas de frente pra ela, o centro das atenções. Uma boa parte de nosso tempo livre passamos na frente de novelas, telejornais ou programas de entretenimento como o “Big Brother”, que grande prejuízo! Isso sem falar na qualidade do que é veiculado... Se meche com nossa cabeça, imagine na das crianças que ainda estão aprendendo como funciona o mundo. Que atire a primeira pedra quem nunca ligou a televisão para tentar aquietar um filho...

Segundo inimigo: a escola. Não estou dizendo que estudar seja o problema! Muito pelo contrário, nosso desenvolvimento intelectual é a base na construção de uma sociedade melhor. Falo da forma, do modelo em que se baseia nossa educação formal. Começando pela disposição da sala: alunos virados ordenadamente para frente vendo um professor falar, falar e falar... Se for um assunto que não lhe interesse acabou! Você não vai conseguir entender nem contribuir com aquilo, quanto mais ficar sem conversar com o colega! Depois as provas que acontecem em um único dia e pronto. Se você amarelar, não estiver bem naquele dia, sujou uma nota que lhe avalia por um mês inteiro. E se falamos do vestibular, em um único dia você é avaliado por pelo menos 12 ANOS de estudo!

Por fim o maior deles: o governo. Qual o destino dos jovens que freqüentam a escola pública, sendo ensinados por professores sem estímulo, que ganham mal e que muitas vezes temem afrontar o aluno? Sim, pois hoje em dia muitos jovens em idade escolar já caíram na criminalidade. E a grande maioria da população se forma na escola pública! Acabando a aula, o que esses jovens vão fazer? As cidades oferecem campos de futebol à vontade? O governo incentiva atividades culturais como o teatro, a musica ou a pintura? É com essa estrutura de sociedade que acreditamos estar construindo um mundo melhor...

Que nesse ano novo - que inclusive é de eleições, saibamos o que cobrar de nossos políticos, de nossas escolas e de nós mesmos como pais, pois só cuidando de nossa juventude teremos a certeza de deixar um mundo melhor do que recebemos.


*Publicada no jornal O Correio do Litoral de Camocim, edição de janeiro.

sábado, 13 de março de 2010

Sem conseguir dormir


Vivo na busca da beleza
tropeçando em passos maiores que a razão
O trem que vai e volta
não traz minhas respostas
Mas se não me ensinou o caminho
ao menos tirou-me a revolta

O que busco já não é mais uma certeza
muito menos um afeto
É mais um sentimento
um suspiro
num mundo de possibilidades

O destino que buscamos construimos cada dia
como romance quando se vai
como folha quando cai
como criança que nasce

Mais vale vitória esquecida do que derrota lembrada
O amor não é melhor que a guerra

domingo, 7 de março de 2010

Bolinho de maravilha




Gosto de cozinhar, mas principalmente de inventar receita maluca. Essa saiu agora a pouco da cabeça, e passei pro papel. Ó, vale lembrar: ainda não a preparei... rsrs.

Bolinho de Maravilha

1. Branco
Massa: bate na batedeira ou na mão 3\4 da medida da forma do bolinho de farinha de trigo sem fermento com 1\2 medida de leite desnatado. Quantas medidas forem colocadas será a quantidade de porções.
Soja: Hidrata a quantidade de soja branca dando uma fervura rápida, escorrendo-se o excesso. Depois frita-a em uma frigideira com tempero a vontade, dando uma pré temperada.

Ingredientes:
Banana cortada em rodelas
Batata cortada em rodelas
Ovos (1\2 para cada medida)
Alho, cebola, pimentão e tablete de caldo de galinha

Frita-se na frigideira no azeite e na margarina alho, cebola e pimentão a vontade. Depois de dourado, amassa-se o tablete formando o tempero do prato. Despeja-se ovo, banana e a batata fritando levemente ambos os lados. Coloca a soja pré - temperada, sempre mexendo a mistura. Despeja-se a massa e vai fritando na frigideira sempre mexendo, de modo que forme uma massa uniforme como a massa da pizza. Depois de seco coloca-se nas formas e põe para esfriar e endurecer.

2. Vermelho
Ao invés da banana e da batata, frita-se lingüiça calabresa picada com a soja vermelha. Tablete de carne.

3. Vermelho natural
Ao invés da lingüiça calabresa, tomate cortado em cubos e a soja vai com queijo junto.

Tempo ocioso gera...




Poeta de uma nota só
Que não teme a morte
Muito menos a vida

Saber demais, louca ilusão
Quando não pretensão
De amar a si mesmo
Como se ama o próximo

Palavras que voam
Palavras que ficam
O amargar da boca
Confunde-se na fumaça dos carros

Dois pés no chão
E nenhum juízo na cabeça
Parar para quê? O tempo não passa de uma ilusão
Existe na cabeça dos fracos e dos escravos
Personagens vivos dessa multidão de povos

Dignidade? Outra ilusão
No meio de tanto trabalho
Para que trabalhamos mesmo
Se nossos ganhos não passam de esmola?

sábado, 2 de janeiro de 2010

Verdades de mesa de bar I


Essa veio de um amigo de Fortaleza que morava perto do meu último apartamento lá, na Solon Pinheiro. Foi tão boa que me fez publicar. Vai:

"Para chegar onde quero
terei que matar muitos de mim...
para a mim salvar."

Robisom Trindade Bender