quarta-feira, 9 de julho de 2014

Crer no que se crê


Quem é ateu assim como não eu

É porque não viu o que eu não vi
mas não leu o que eu li
muito menos sentiu como minha pele vibra

Nem é capaz de entender
que o mistério nos rodeia
que somos menores, pequenos

Que, se somos criaturas,
é porque existe algo que nos criou
que veio antes

Crer no que eu creio é,
antes de tudo,
entregar-se ao absoluto
sem esperar entendê-lo.

terça-feira, 1 de julho de 2014

A exploração de ontem e de hoje


O que diferencia nosso mundo atual do mundo antigo? É duro saber que a história de nossa humanidade é baseada no conflito, sempre a exploração de um povo pelo outro; nosso mundo de hoje sempre existiu.

Somos uma história, mas não tenham dúvidas de que nossa sociedade atual foi (e continua sendo) construída pela elite financeira deste mundo. Não somos o “resultado da história”, mas o resultado "de uma história".

Podemos pensar que nosso mundo atual é bem evoluído se confundirmos “sociedade – desenvolvimento moral” com “facilidades¹ – desenvolvimento material”, mas não é bem assim.

Este mundo atual não é o resultado da evolução natural de nossos universos pessoal, sociedade e espírito, mas sim uma conquista política conseguida por comerciantes que se beneficiam desta interação global, deste "estado mínimo" globalizado.

A globalização é um processo para facilitar a exploração global, e atingiu seu ápice com a internet.

Alguns afirmam ser nosso mundo atual um modelo de desenvolvimento humano em relação ao mundo que já tivemos. Nossa sociedade, baseada no Estado de Direito, conquistou garantias contra os opressores através de cartas constitucionais progressistas, como a brasileira, que valoriza a importância dos direitos humanos e da Democracia; tais conquistas, mesmo incompletas, são inéditas em nossa história.

Já outros acreditam no contrário, que, na verdade, o desenvolvimento da tecnologia através do capitalismo e sua concentração de mentes, poder e prestígio nas mãos de poucos (sem falar no controle dos principais veículos de comunicação globais) teria fornecido o suporte necessário para o nascimento deste “novo mundo” dominado por um pequeno grupo de países fortemente armados mas, de forma inédita, com o controle da opinião pública mundial.


Observo que algumas nações sempre dominaram as outras. As fronteiras mundiais (ocidentais e orientais) foram moldadas pela guerra, e venceu quem possuía mais recursos.

As nações que possuíam mais recursos eram baseadas na guerra, de onde retiraram espólios, escravos e impostos.  Possuía mais recursos quem manteve a guerra em sua mente, convencendo seu povo a lutar contra seus irmãos.

Os líderes mundiais de hoje são os senhores da guerra de ontem, assim como os senhores do mundo de ontem são os mesmos senhores da guerra de hoje.

A guerra vai cada vez mais transferindo-se do campo "físico", com suas bombas e tiros mortais, para o espectro do subjetivo, das ideias, das "mentes" das pessoas.



Uma “nação” é sempre uma instituição comandada por um pequeno grupo de indivíduos - o "Estado" é apenas uma fração desta. Os senhores deste mundo já foram os senhores do fogo, os senhores das terras e os senhores do reino; hoje, além de tudo isso, eles são os senhores do capital e da informação.

Ser dono do Estado soa naturalmente como próximo passo.

Como no episódio da "Torre de Babel", voltamos a ter uma linguagem global: a internet. É assustador pensar o que isso, politicamente, é capaz de representar.


¹ Aqui, facilidades poderia facilmente ser substituída pela palavra tecnologia.