terça-feira, 25 de setembro de 2012

O mal e a Perfeição Divina


Não é fácil desejar o bem
Enquanto ardo no mal
Só que, pasmem, o mal não é necessariamente mal
O mal é, na verdade,
a medida da perfeição de DEUS

Se não houvesse o mal
não teria como sentirmos a existência DIVINA

Nós não somos perfeitos
Portanto, somos maus
E o Senhor não deixa de nos amar por isso

Nosso interior guarda nossa casa
E nossa casa guarda profundos segredos
Alguns são fáceis de decifrar
Outros, só quando pularmos para o OUTRO LADO.

Em busca da dor


Quero muito a dor
Não mais fugirei dela
Tanto que a neguei
Porque ela me faz muito triste
e perturba meus sentidos

Mas ó, divina perfeição,
com quanta ironia preenches as equações do universo
Pois é exatamente na dor que eu encontro minha redenção
e, de certo modo, a minha paz

Não que a dor me faça bem
É que ela me permite estar entre as pessoas que sofrem
Em situação mais vulnerável
Que mais precisam de amor

E isso me toca

Portanto, não mais fugirei
Aceitarei a minha dor
E concentrarei-me, de agora em diante,
em buscar o Céu em meio ao inferno

Pois vivemos no inferno
Não há perfeição nesse mundo

Eu tenho que aprender a agradecer, todos os dias,
por mais um dia de vida
pelas lutas, desafios e conquistas
aprendendo a aceitar meus próprios erros
e a buscar uma vida mais plena

Descobri outro dia que não devo sofrer por não ser perfeito
O PAI não espera isso de nós
Pois sabe que NÃO somos
Senti que ele está feliz apenas por eu TENTAR
Pois tentando pode ser que um dia eu consiga
Para isso preciso ter FÉ

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Por que ser publicitário?



Falar de publicidade é muito complexo, demandaria muitos livros. Mas uma palavrinha que possa resumir a profissão talvez seja vender. Lembre-se de manter a mente aberta e entender que esse verbo vai muito além de convencer alguém a adquirir um produto ou serviço, mas antes a convencê-lo de algo: ele deve adquirir aquele sabão em pó (ou votar naquele político) porque é a melhor opção para ele.

Ser publicitário é buscar uma forma sempre nova de persuadir alguém de algo.

Escolhi publicidade, entre muitas coisas, por gostar da informalidade da profissão. Agências de publicidade não requerem, no ambiente de trabalho, uma preocupação maior com imagem pessoal (por mais controverso que possa parecer!), vestuário ou formalidades, como escritórios de advocacia ou bancos, por exemplo.

Publicidade é uma área muito estressante, mas ao mesmo tempo muito gostosa de fazer.

Estressante porque destacar uma campanha em meio a um mundo onde as pessoas estão sobrecarregadas de informação é cada vez mais difícil. Antigamente, quando só havia rádios e alguns poucos jornais impressos e canais de televisão (podem imaginar um mundo sem internet? Pois eu conheci!) era muito mais fácil atingir o consumidor. Hoje o publicitário, mais do que nunca, tem a tarefa de buscar constantemente novas formas de destacar uma marca, precisando estar sempre antenado com as constantes novidades que chegam. Por isso a criatividade é fundamental nessa profissão: você precisa estar sempre criando novos mote para novas campanhas para novas demandas para novos clientes... Ufa!

Estressante ainda por conta dos clientes. Em um mercado desenvolvido como no sudeste do país as empresas preparam seus planejamentos de comunicação para o ano todo. Mercados ascendentes como o cearense funcionam, na prática, assim: “- Gente, faltam dois meses pro Natal, o que a loja vai fazer de promoção? Liga pra agência!” Só que, nessas datas (o Natal, junto com o Dia das Mães, são as principais datas de comércio), não é só aquele cliente da agência que faz promoção, mas uns dez!

Nós somos ainda muito cobrados por resultados haja vista que, em muitas casos, o item propaganda representa um alto investimento para o cliente (basta imaginarmos que um anúncio de 30 segundos no Jornal Nacional pode ultrapassar R$ 300 mil, e uma página inteira em jornais de circulação nacional ultrapassa os R$ 50 mil).

Gostoso porque ser publicitário envolve sempre trabalho em equipe. Estamos sempre em contato com produtores de vídeo, cineastas, departamento comercial de rádio e televisão, fotógrafos, gráficas, fornecedores de tecnologia, entre muitos outros. Ser publicitário requer mais que técnica: exige que você consiga se relacionar bem com toda sua equipe – às vezes as reuniões acabam acontecendo nas mesas de bares. E você precisa ser alguém muito sensível, pois não adianta só dinheiro; muitos profissionais nessa área (lembrem-se: estamos trabalhando com criação) não trabalham pensando em dinheiro, mas na realização pessoal que aquele projeto possa oferecer. Ser publicitário é trabalhar com pessoas: tanto na hora de compreendê-las para conseguir vender como na hora de dirigir ou se relacionar dentro de uma equipe.

Fazer a faculdade de publicidade é ainda gostoso porque você tem uma gama muito variada de aeras que pode seguir: redação publicitária, direção de arte, mídia de agências de publicidade, produção de eventos, produção gráfica, produção audiovisual, produção para internet, produção cultural, consultoria e gestão de marcas, departamento de marketing, assessoria de comunicação, assessoria política, radialista, produtor de vídeo, fotografia, entre muitos outras.

Se você pensa em seguir essa profissão, se prepare: o mercado é bem fechado, as pessoas são bem estressadas, você trabalhará muito e encontrará muitas dificuldades, mas, por outro lado, vai se divertir um bocado!

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Montanhas, relevos e poesia



Entre tardes de completo delírio
Eu me sento aqui, nesse penhasco,
envolto em uma completa solidão

O penhasco parece que como um palco,
com platéia e luzes
onde fico a aproximar-me, e a apreciar
as maravilhas daquele olhar
de mar intenso
e imensas montanhas
Todas, a me observar

Juntos tecemos grandes planos
Elas me ajudam, eu as ajudo

E assim eu, as montanhas e os relevos apreciamos nossos finais de tardes,
de imensa solidão e poesia

O homem esqueceu de apreciar as montanhas, entre bucólicos e melancólicos finais de tarde
quando aprendeu a viver, de outra forma,
passando seus finais de tarde de pura solidão,
em frente à TV

Desde então as montanhas, os relevos e os pores do sol
ponham-se a cantar, e a gritar
na esperança de chamar a atenção de alguém que, em um momento de solidão,
ponha-se a escutá-las
e a lhes fazer companhia

Para, juntos, apreciarem mais um final de tarde
no topo daquele penhasco

domingo, 22 de abril de 2012

Entre sonhos e realidades



E se viu andando. Andava, e não sabia aonde ia. Só sentia uma vontade de andar, de caminhar para frente, para ver se a dor passava. Mas não lembrava que dor sentia . Só sabia que tinha que caminhar, para tirar uma dúvida que naquele momento não lembrava bem qual seria.

E passeava por campos, ora belos, ora temíveis. Cheiro de rosas sentia às vezes, mas, em outro, um forte sabor seco e quente transpassou sua língua, ferindo seu paladar. Realmente não sabia onde estava.

Até que encontrou a casa. Não era tão grande quanto imaginava, nem tão bonita, nem tão elegante. Mas era sincera, era simples e bonita. Tinha uma porta e algumas janelas, com uma chaminé que liberava uma fumaça clara de seu topo. Era um cenário muito bonito, e que o deixara, por alguns instantes, inebriado.

- Entre, pode entrar!

Gritou uma voz de dentro da casa. Assustou-se um pouco, mas foi atendendo ao chamado.
Abriu a porta, e dentro era como imaginava, uma casinha dessas camponesas: de materiais simples, mas muito fortes, que aparentavam uma resistência eterna. Passou por uma sala, onde existiam apenas duas cadeiras, uma virada para a outra, que pensou se tratar de uma sala de aconselhamentos. Entrou mais um pouco e deparou-se com a cozinha, onde um pobre velho preparava um chá de ervas do campo com água que fervia em uma chaleira sobre um fogo que brilhava muito, exalando aquela fumaça que vira em cima da casa.

- Olá meu garoto, seja bem vindo! Disse o pobre velho.

- Onde estou? Onde é aqui? Perguntou o assustado rapaz.

- Como assim, vem me visitar e não sabes onde está?

- Como sabes que vim te visitar?

- E o que fazes aqui?

- Desculpe, deve ter sido um engano. E fez como se saísse, voltando.

- Vá em paz meu garoto, e venha sempre que precisar!

- Do que estou precisando?

- Não deve ser eu quem o saiba, mas você. Faça um esforço e tente sentir o que lhe trouxera aqui.

E uma grande dor atravessou seu corpo. Suas pernas falharam, caiu no chão chorando copiosamente.

- Não chore meu bom rapaz, ela está bem.

- Por que estou chorando, pobre velho?

- Porque está sofrendo muito com a partida de sua mãe.

- Para onde ela foi?

- Ela encerrou sua vida, tendo a felicidade de ter vivido muitos anos em uma família maravilhosa.

- Oh não, é mesmo! Minha pobre mãe! Como Deus pode ter feito isso comigo!

- Você acha que ela estaria mais feliz agora viva com você e seus irmãos?

- Sim, é claro! Como vamos poder continuar nossas vidas sem ela! Que dor, que dor!

- Não chores mais meu bom garoto, ela ficará triste por você estar sofrendo tanto.

- Como ela irá sofrer se não vive mais!

- Enganado está, pois ela vive sim. Então pensas que ela já não existia antes de viver?

- De onde ela veio antes de nascer meu pobre velho?

- Ela veio de onde ela foi agora, do mundo fora da matéria. Meu bom garoto, assim como existe a matéria, assim também existe o mundo sem matéria.

- E como pode isso?

- Quantas perguntas, quantas perguntas... Aceita um pouco de chá?

- Sim, por favor... hmm, está uma delícia!

- Sim, é verdade. É de uma ótima safra que estou colhendo, de reinos um pouco distantes do seu.

- É realmente muito bom esse chá pobre velho. Você deve amar muito seus produtores. Já me sinto melhor...

- Sim, eu os amo muito. Mas amo também aqueles que não produzem boas safras, como aqueles que criticam o ceifador por tirar-lhes seus bons frutos.

- Como assim?

- Meu garoto, há a vida e há a morte. Você mesmo, que um dia nasceu, um dia irá morrer. Assim como sua mãe.

- Oh, não me lembre disso! Minha mãe morreu! Quanta dor, quanta dor!

- Tome mais um pouco desse chá meu bom garoto.

- Nossa, minha dor passou pobre velho! Não sei como lhe agradecer!

- Podes me agradecer se for em paz, se aceitar a resposta que tenho para tua pergunta.

- Ah sim, eu tinha uma pergunta importante para fazer. Era saber por que Deus está fazendo eu e minha família passarmos por tudo isso.

- Meu filho, eu não posso lhe dar essa resposta. Pois ela é sua. Você deve perguntar a si mesmo.

- Se você é Deus, então por que mora em uma pequena casinha, é velho e sozinho?

- Quem disse que esta é uma pequena casa, que sou velho ou que vivo sozinho? Saiba, meu bom garoto, que esta imagem que está vendo é formada por você mesmo... Você não pode ver a Deus. Deus é constituído da mais nobre matéria. Ele está em todos, mas todos não estão nele. Este que você vê não passa de um fruto de sua própria imaginação. Mas respondendo a sua indagação, saiba que este tamanho é perfeito para mim, que não preciso de muitas coisas. Sou velho sim, mas possuo muita saúde, vivendo ainda hoje e para sempre na flor de minha juventude. E quanto a estar só, não estais aqui a vir me visitar?

- Me desculpe pobre velho, você está certo. Lembro agora que antes de dormir rezei pra ti para que me dissesse o porquê de ter levado minha mãe... Sabe, ainda não entendo, e a dor por vezes volta, mas estou contente, pois sei que assim como você me deu esse chá maravilhoso e me curou, assim também irá curá-la, e ela voltará a viver.

- Sim meu bom garoto, não se preocupe, pois a natureza é perfeita.

- Muito obrigado meu pobre velho!

- Vá em paz meu garoto, espero ter respondido a sua dúvida...

E acordou em sua casa. Estranhamente aliviado, apesar de tudo que passou com a partida de sua mãe.

Não lembrou o que pedira antes de dormir, nem de seus sonhos... Mas sabia que estava bem, e que agora precisava de forças para ajudar sua família. Disse pra si mesmo que ela partira, mas ia ficar bem. Ele precisava voltar para sua vida agora.

E assim agradeceu a Deus pela graça de acordar e dormir todos os dias!