Falar de publicidade é muito complexo, demandaria muitos
livros. Mas uma palavrinha que possa resumir a profissão talvez seja vender. Lembre-se de manter a mente
aberta e entender que esse verbo vai muito além de convencer alguém a adquirir
um produto ou serviço, mas antes a convencê-lo
de algo: ele deve adquirir aquele sabão em pó (ou votar naquele político)
porque é a melhor opção para ele.
Ser publicitário é buscar uma forma sempre nova de persuadir alguém de algo.
Escolhi publicidade, entre muitas coisas, por gostar da
informalidade da profissão. Agências de publicidade não requerem, no ambiente
de trabalho, uma preocupação maior com imagem pessoal (por mais controverso que
possa parecer!), vestuário ou formalidades, como escritórios de advocacia ou
bancos, por exemplo.
Publicidade é uma área muito estressante, mas ao mesmo tempo
muito gostosa de fazer.
Estressante porque destacar uma campanha em meio a um mundo onde
as pessoas estão sobrecarregadas de informação é cada vez mais difícil. Antigamente, quando só havia
rádios e alguns poucos jornais impressos e canais de televisão (podem imaginar
um mundo sem internet? Pois eu conheci!) era muito mais fácil atingir o
consumidor. Hoje o publicitário, mais do que nunca, tem a tarefa de buscar constantemente novas
formas de destacar uma marca, precisando estar sempre antenado com as
constantes novidades que chegam. Por isso a criatividade
é fundamental nessa profissão: você precisa estar sempre criando novos mote
para novas campanhas para novas demandas para novos clientes... Ufa!
Estressante ainda por conta dos clientes. Em um mercado
desenvolvido como no sudeste do país as empresas preparam seus planejamentos de
comunicação para o ano todo. Mercados ascendentes como o cearense funcionam, na
prática, assim: “- Gente, faltam dois meses pro Natal, o que a loja vai fazer
de promoção? Liga pra agência!” Só que, nessas datas (o Natal, junto com o Dia
das Mães, são as principais datas de comércio), não é só aquele cliente da
agência que faz promoção, mas uns dez!
Nós somos ainda muito cobrados por resultados haja vista que,
em muitas casos, o item propaganda representa um alto investimento para o cliente
(basta imaginarmos que um anúncio de 30 segundos no Jornal Nacional pode
ultrapassar R$ 300 mil, e uma página inteira em jornais de circulação nacional
ultrapassa os R$ 50 mil).
Gostoso porque ser publicitário envolve sempre trabalho em
equipe. Estamos sempre em contato com produtores de vídeo, cineastas,
departamento comercial de rádio e televisão, fotógrafos, gráficas, fornecedores
de tecnologia, entre muitos outros. Ser publicitário requer mais que técnica:
exige que você consiga se relacionar bem com toda sua equipe – às vezes as reuniões
acabam acontecendo nas mesas de bares. E você precisa ser alguém muito
sensível, pois não adianta só dinheiro; muitos profissionais nessa área
(lembrem-se: estamos trabalhando com criação) não trabalham pensando em
dinheiro, mas na realização pessoal que aquele projeto possa oferecer. Ser
publicitário é trabalhar com pessoas: tanto na hora de compreendê-las para
conseguir vender como na hora de dirigir ou se relacionar dentro de uma equipe.
Fazer a faculdade de publicidade é ainda gostoso porque você
tem uma gama muito variada de aeras que pode seguir: redação publicitária,
direção de arte, mídia de agências de publicidade, produção de eventos, produção
gráfica, produção audiovisual, produção para internet, produção cultural, consultoria e gestão de
marcas, departamento de marketing, assessoria de comunicação, assessoria política,
radialista, produtor de vídeo, fotografia, entre muitos outras.
Se você pensa em seguir essa profissão, se prepare: o
mercado é bem fechado, as pessoas são bem estressadas, você trabalhará muito e encontrará
muitas dificuldades, mas, por outro lado, vai se divertir um bocado!
Um comentário:
Pois é meu amigo. Vender é phoda! O melhor da profissão é essa informalidade. Quem passou pela Terraço do mestre Xyco Theophilo sabe bem o que é isso. Quando o grupo é unido então, a criatividade aumenta e os egos desinflam. Adil que o diga. Grande abraço.
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