terça-feira, 28 de maio de 2013

Green Bank, nos EUA, refúgio de quem deseja fugir das conexões wireless


Uma matéria me chamou muito a atenção hoje. Narra a história de uma mulher que foi morar em Green Bank, na West Virginia (EUA), uma região que faz parte da US National Radio Quiet Zone, uma área em que é proibido haver emissão de ondas de qualquer frequência (celulares, wifi, rádio...) por conta da presença de um importante equipamento de pesquisa estadunidense (foto).

Por conta dessa particularidade, um povoado formado só por pessoas que possuem alergia a ondas eletromagnéticas vem sendo formado nos últimos anos. A doença é conhecida por EHC (hipersensibilidade a ondas eletromagnéticas por sua sigla em inglês), mas por razões comerciais (que nós sabemos que para os líderes mundiais são mais importantes que as questões de saúde pública) a doença é negada pela OMS (Organização Mundial de Saúde). Utilizam os mesmos argumentos que por muitos anos a indústria tabagista utilizou e que a indústria de celulares continua repetindo: a ciência não possui "provas cabais" de que ondas eletromagnéticas causam mal à saúde, e enquanto essas "provas" não aparecerem (que eu duvido, pelo menos nos próximos anos, já que a ciência é financiada por muitas dessas empresas) continuamos correndo riscos com a exposição a tais frequências.

Se a doença existe ou não para a OMS, o fato é que existem relatos de mal estar sentidos por essas pessoas - que não devem estar mentindo, pois tiveram que se mudar de suas cidades, de suas famílias para morar em uma área livre dessas ondas, e alegam sentir-se melhores.

Segue uns links para que vocês possam conferir:
http://olhardigital.uol.com.br/produtos/digital_news/noticias/ja_ouviu_falar_de_alergia_a_wifi_vila_foi_criada_para_quem_tem_esse_problema

http://www.bbc.co.uk/news/world-us-canada-14887428

http://blogs.estadao.com.br/eldorado-socioambiental/cidade-dos-eua-abriga-pessoas-com-alergia-a-wi-fi/

http://catafau.blogspot.com/2012/01/ja-ouviu-falar-de-alergia-wi-fi-vila.html

http://wp.clicrbs.com.br/atlantidapassofundo/2011/09/20/vila-nos-eua-foi-criada-para-quem-tem-alergia-a-wi-fi/?topo=52,1,1,,224,77

sábado, 18 de maio de 2013

Cinema: Departures (A PARTIDA) - japonês (OKURIBITU): O Valor da Morte

Em minhas análises sobre cinema tentarei focar nas relações e ideias poéticas e filosóficas que o filme traz, procurando não falar muito do enredo - assim você que não assistiu ao filme pode ficar tranquilo. Entretanto, aconselho assistir antes de ler esse post. Mas se seu objetivo é se ater à análise filosófica da obra, estamo aqui pra isso.

Departures (Okuribitu) é um filme bastante interessante. Narra a história da transformação de um homem que, saindo da cidade grande e abandonando um sonho de infância (tornar-se um músico de violoncelo profissional), acaba voltando para sua cidade natal, iniciando uma vida completamente nova, diferente, trabalhando para uma empresa que preparara corpos para o enterro.

Não se trata apenas de enterros, mas a despeito da difamação da profissão que o personagem sofre, o decorrer do filme vai transformando nossa visão daquele serviço, que não é somente a preparação de um corpo que vai para "debaixo  do chão", mas trata-se de uma cerimônia, um rito de passagem belíssimo desta vida para a outra. Cada gesto praticado, a beleza, a paciência, a leveza nos gestos permite àquela cerimônia do mundo real um ato divino e belo, que nos faz transcender o próprio significado da morte. Nessa relação, o filme é bem profundo em possibilidades de análise e boas reflexões.

O filme narra também a relação conflituosa do personagem principal com as memórias de seu pai, que o abandonou quando criança. Este é um assunto muito delicado que o diretor consegue pesar bem no filme. Entretanto, diante da discussão suscitada pelo debate entre a vida e a morte, esse conflito pai-filho acaba se tornando meio à margem no filme.

(obviamente estamos tratando de criação artística, portanto depende de cada um. Com certeza muitas outras pessoas devem achar o contrário, que o emprego de Diageo na verdade - que no filme é insinuado como que tendo sido recebido por uma razão divina - serviu exatamente para que o filho pudesse enterrar o pai com honras, preenchendo todo o vazio da relação entre aqueles dois.)

O diretor manda uns lances de câmara bem interessantes e belos, como nos momentos finais quando enquadra o casal em um lance de profundo amor, ambientada por uma cortina em tom bege com muito branco... Nossa, belo. Temos ainda cenas meio filosóficas (como aves voando) e alguns momentos de música clássica, o que aproxima o filme de sua ligação com o espírito da audiência... Objetivo do cinema? Talvez.

A forma cômica e séria com que o diretor leva o filme são dignos de reconhecimento. Adorei.

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Onde anda a salvação?


Existe a salvação? Se existe esse debate é porque estamos "caídos" ou corremos esse risco. Mas se somos filhos de Deus, filhos da Criação, porque haveríamos de cair?

Bem, façamos uma pequena análise deste capítulo da bíblia que nos fala da "perdição" dos homens (pequena mesma, pois seria impossível analisar a fundo em poucas linhas como estas).

O Criador oferecera a suas duas criaturas recém nascidas todo o esplendor do paraíso, as proibindo de comer do "fruto proibido". Não precisamos pensar muito para entender que esse "fruto" é uma metáfora de algo que não sabemos bem ao certo e, embora possamos fazer um exercício imaginativo, não há como (materialmente, em vida, com nossos conceitos limitados) chegarmos à verdade.

Deus (o Pai, o Criador, o Centro do Universo, emanação inicial da vida... Seja como você o chama) nos proibiu de algo, que por influência de algo externo (a serpente) acabamos tentados e "caídos"; falhamos com a confiança de Deus. A que a maçã pode estar fazendo referência?

Muito resumidamente, a maçã significa algo como o "conhecimento", que pode ter uma significação (um caminho) tanto positivo quanto seu oposto. A dica para o que ela significa peguemos em uma passagem um pouco mais a frente:

Então disse o SENHOR Deus: Eis que o homem é como um de nós, sabendo o bem e o mal; 
Gênesis 3:22

O homem se tornou como Deus: conhecedor do bem e do mal.

Segundo muitos acreditam, após provarmos o pecado original o homem foi condenado por Deus a sofrer até que chegasse "o fim dos tempos", quando o homem se reencontraria com seu criador. Bem, acho que devemos reformular isso.

O homem não foi "condenado" por Deus, mas tomou sua própria atitude, suas próprias escolhas, ou seja, condenou a si mesmo. O homem está pagando por seus erros, mas não acredito que isso não tenha sido previsto por Deus - afinal ele é Criador, e como tal conhece sua criatura - nem muito menos que seja irreversível. O homem foi influenciado pela serpente para "abrir os olhos", mas fez de modo muito rápido, egoista. Consequências? Todo esse nosso mundo cada vez mais tecnológico e menos MORAL.

Deus é amor e misericórdia. Vamos parar com essa história de que Deus pune, que isso, que aquilo... A história da humanidade é muito profunda para que entendamos nossos próprios caminhos.

Acho que devemos aceitar nossos sofrimentos, se contentando em não querer entender tudo muito bem. O caminho da felicidade passa por essa entrega ao que é absoluto.