domingo, 26 de junho de 2011

A fuga da coragem


Minha cabeça
Meu coração
E meu estômago
Guardam o meu medo

Seu cheiro é forte como o vermelho do sangue

E amargo

Minha coragem criou asas
Me deu um pé na bunda
E voou para longe

Me deixou aflito, sozinho

Mas sem ela, como conseguirei atrair
mulheres que me fazem feliz?
Como voltar a dividir chuveiros
E roça roça de pés sob as cobertas?

E o claro se tornou escuro
E o azul, vermelho
E o que era farto se tornou escasso
Para que se cumpram os designios
De quem nos entende mais do que nós mesmos

Pois tudo que é, um dia,
precisa deixar, um dia, de ser.

Volta, ó coragem
Preenche o vazio que em mim deixou

... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ...

E se eu resolvesse
Nunca mais me apaixonar
deixar meu coração vegetando
E aceitasse seu sono profundo
Resolvesse, então, não acordar?

Talvez assim, morto
Voltasse a sentir o que é estar vivo

A puta daquela noite


Hoje conheci alguém
Que mexeu com minhas entranhas
Que me hipnotizou, me desequilibrou
Que a simples presença pôs abaixo minha máscara arrogante

Tinha a pele branca
E olhar felino
Dançava rebolando
E seu quadril me fez delirar
Seu nome descobri
é Maria-não-sei-o-quê
Mas quando a vi rebolando
carinhosamente a apelidei de puta.

Pois seus gestos graciosos
Tiveram a ousadia de arrepiar meu pêlo
E me fazer delirar

Ó, como se atreve
Tu, a mais puta das putas
A única que chama minha atenção na noite
A mais bela do salão
Arranca meu peito e me excita

E, por um minuto, me faz sentir-me vivo
E novamente sinto sangue correr em minhas veias
E lágrimas descer por meus olhos

Ó, não posso te arrastar para minha cama
Melhor, ou pior, não consigo
Pois posso voltar a sofrer
E isso não quero mais

Não sei o que me mantém vivo
Pois meu coração parou de bater
Acho que desisti de ser feliz

E quem sabe?

Eu não sei de nada
e isso me angustia
Não entender as razões nem os motivos
das energias que transpassam meu ser

Pois, bobo, não passo de um inseguro
O mais seguro deles

Como diria a outra
Eu tenho mais de vinte anos
e tantas dúvidas sem respostas...

segunda-feira, 20 de junho de 2011

O Labirinto do fauno


Sim, existe o labirinto do fauno
Escrito assim, com letra minúscula
A toca do coelho
O fundo do oceano.

Entrar não é o problema
Você conhece muitas coisas
Poderá dizer bravamente aos seus amigos que conheceu o caminho vasto
A larga entrada.

O problema é se descuidar
E muito se demorar
E, confuso, não encontrar mais o caminho de casa
E se ver perdido no labirinto.

Vergonha. Shame.

Uns que se perderam aceitaram suas vergonhas
E passaram até a gostar
Outros, desesperados, choraram e suplicaram
Arrependidos, clamavam para que seu pai viesse lhes buscar
Pois estavam perdidos.

E o céu, como que se abrindo, mostrou uma luz
Pois assim sempre faz
Se solicitado for.

E saiu o pequeno garoto
E se viu livre do labirinto
Pois de pouca idade era ainda, a criança.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

De volta!!

Bom dia galera! Estou de volta - e com sangue nos olhos! hahaha