quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Londres - o strike




Hoje a cidade amanheceu um caos. O metrô – pasmem – está de greve da tarde de ontem até o final do dia de hoje!

Eu não tenho experiência suficiente, mas as meninas que moram com a gente (A Marfê de São Paulo e a Livia de Vitória) disseram que realmente as coisas andaram subindo, por isso a reivindicação dos funcionários. Talvez reflexo da situação delicada pela qual passa a Europa.

Foi engraçado. Acordei cedo, feliz – está fazendo um sol maravilhoso! Exercitei-me, comi e saí feliz para mais uma aulinha. Justo nesse dia eu pensei: “Nossa, essa cidade é fantástica! Olha o silêncio... Você quase não ouve o tráfego. O ônibus anda. A cidade flui...”

Nessa época eu e o João morávamos em Islington, região norte de Londres. Eu pegava a linha 29 para ir para o centro, era no máximo 25 minutos. Não via engarrafamento, ônibus lotado – só as vezes ele vinha meio cheio, mas nada comparado a Fortaleza. E ficava imaginando como podia ser assim numa cidade com uns 7 milhões de habitantes.
Bom, ai lembrei do strike. A rua que eu pegava o 29 completamente engarrafada! 13 de maio 6 e meia da noite! Busão nem pensar, passou uns três que de tão lotados nem paravam... Grande circular perdia era feio! Fiquei chocado.

Londres é uma cidade super antiga, não tem estrutura viária principalmente pela região central. O tráfego aqui é bom por uma simples razão: ninguém usa seu carro próprio. É muito mais econômico, prático e barato ir de metrô, que cobre boa parte da cidade. Onde você vai tem uma estação perto. Ônibus e trens complementam o sistema de transporte público, e dificilmente estão lotados. O metrô funciona: existem linhas que passam de um em um minuto, dificilmente lota.

Por isso hoje a cidade está essa confusão. Imagino o centro como deve estar! Muito carro na rua a cidade pára. No Brasil estamos carecas de saber disso mas ninguém decide acabar com o problema. Será pela pressão do Lobby da indústria automobilística? Imagina...

Está aquela visão do fim-do-mundo: as paradas de ônibus lotadas e muita gente andando em direção a área central. Até pegar táxi está difícil, pois todos passam ocupados. No meio de todo esse caos um meio de transporte não sofre nenhum problema: as bicicletas. Quase zombam dos que estão presos dentro de seus carros passando em toda velocidade, com toda liberdade.

Aqui muitos usam bicicleta. Esses em nada tiveram a rotina alterada. Dá para passar entre os carros, no canto da calçada (não em cima!) e os carros vão ficando para trás. Hoje, boa parte da cidade está com inveja dos ciclistas – eu incluso! Talvez essa seja a imagem de como vai ser quando as cidades pararem de vez: quem estiver de bicicleta é que vai ser “o cara”...

Sai de casa oito e meia. São nove e meia e a situação continua a mesma. Andei um pouco acompanhando o fluxo, mas vi que não ia conseguir no curso. Parei em um parque para escrever.

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