sábado, 18 de dezembro de 2010

Londres - a alegria de ser Brasileiro




Dez da manhã. Estou no aeroporto, duas horas de antecedência - tudo nos conformes. Eles pedem tantas horas por uma simples razão: filas. Precisei de uma hora pra fazer o check in. Depois, aquela cena triste do raio X: senhoras e senhores sendo obrigados a tirar seus sapatos e ser revistados. Senhoras descem do salto, literalmente. Uma outra precisou tirar um brinquedo das mãos do filho. A que ponto estamos chegando.

Mesmo com toda minha pontualidade, o vôo atrasa uma hora. Eu estava tenso! Se bem que estava comemorando que o metrô (no caso a picadilly) não estava parado nem o vôo super atrasado por causa da neve. O problema é que eu só tinha duas horas para trocar de avião em Lisboa - e não queria mais passar nenhum dia no velho mundo! Quero minha casa! Quero comida caseira e banho frio!

Na chegada a Lisboa fui o primeiro a me levantar. Peguei minha mochila e corri para a saída do avião. Tenso, tenso, parado no corredor do avião em uma fila que não andava, já ia perguntar as horas para alguém quando abrem as portas de trás.

Alivio. Dali a pouco um funcionário da TAP chega chamando pelos passageiros em escala para Fortaleza. Umas pessoas de um vôo para Recife também foram chamados. Soube que a pouco um vôo para Natal havia saído. Não é a toa que na apresentação do último balanço financeiro da empresa na ilha da Madeira o presidente da companhia ressaltou a importância do Brasil no crescimento da receita da empresa.

Pois é, estamos com a bola...

Mas como estamos falando de crescimento humano - e não crescimento econômico - deixemos os números para lá e adentremos no que vale a pena e é caro: o valor humano.

Ao entrar no avião observei a primeira classe: super poltronas e, com certeza, um super serviço! Como bom publicitário que sou - para não dizer xereta - tratei logo de bisbilhotar para ver se conhecia alguém ali.

Não vi. Mas observei que o casal que vinha atrás de mim comecou a tecer comentários engraçados como: "- Nossa, que chique eim!", "- Tchau gente, passei só para dar um oi!". Cara, foi demais!

Comecei a observar o rosto das pessoas: muitos amigáveis! Um até sorriu cumprimentando. Esse astral começou a tomar conta de mim! Estava feliz por estar voltando pra casa, comprovando o que disse tantas vezes para os gringos lá: O Brasil é o melhor lugar do mundo.

Temos alegria de viver. Permitimo-nos ser felizes.

Esse texto iria se chamar "a alegria de ser cearense", mas sento do lado de uma gata, ainda por cima simpática. Vinha emocionado pela entrada no avião. Comecei a conversar com ela falando o quão feliz estava por estar de volta às conversas informais, à descontração - e que não estava sentindo a menor falta da Inglaterra debaixo de neve!

Descobri que a garota é de Vitória, então julguei incorreto falar da alegria do cearense - o Brasil todo é maravilhoso!

Eu amo a minha terra.


P.S. Ela fez um elogio ao povo cearense fantástico: disse que somos muito inteligentes e "dados a artistas". Poxa, não poderia ter ouvido elogio mais bonito na volta pra casa...


P.S.2 Portugal estava debaixo de sol! Lindo dia! Detalhe: fazia 10ºC e para mim era quase como verão! Nossa, como será o calor amanhã na terra de Iracema? Feliz!

Um comentário:

Paulo Emanuel Lopes disse...

Essa foto eu tirei poucas horas antes de embarcar. Teve uma farrinha no ap e ai a galera estava indo embora - ou seja, era umas cinco da manha. Como podem ver, eu ja estava bem adaptado ao clima... rsrs