terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Sociedade e TV





Chato... sei que sou chato. Não é a primeira vez que falo da televisão – e acredito que tampouco será a última! Mas é que uma das coisas que aprendi na faculdade foi sobre o poder que esse grande meio de comunicação exerce sobre nossas vidas, tanto como referencial de comportamento como na manipulação das notícias – são elas quem regem as decisões do governo, já repararam? Então, qual comprimido você quer tomar: o azul ou o vermelho?

Sei, então é uma viagem... Mais uma daquelas histórias absurdas de teorias da conspiração, onde um pequeno grupo de pessoas tenta a todo custo dominar o planeta.

Analisemos quem patrocina os meios de comunicação: as grandes empresas! Qual o interesse de uma H.Stern dessas da vida (loja de jóias caras) para que vários personagens de uma novela passem horas no shopping comprando, se divertindo, babando por aquelas vitrines... Ora senão estimular no público o desejo de consumir, de ser como aqueles personagens: ricos, bonitos, poderosos... Mesmo que você esteja pendurado no cheque especial e pagando tudo em 10 vezes! Ah, isso é o que eles querem, pois VISA, ITAU, BRADESCO, enfim, o mercado financeiro como um todo é o maior financiador da televisão com sua publicidade intensa – as Casas Bahia e a Unilever são, nessa sequência, os maiores anunciantes individuais.

Tudo seria a ilusão de pertencer - ou se não for possível, parecer já está bom – à classe social dominante retratada nas novelas (sempre tem gente rica, não é?). Repetir seus hábitos é o caminho natural para sentir-se um deles.

A televisão alega que apenas reflete a sociedade, não o contrário. Mas até quando aquelas imagens que assistimos todo dia entram e saem de nossa mente, sem alterá-la, influenciá-la? O que está vindo antes, a crise da sociedade ou os boletins das novelas cada vez mais cabeludos?

Então, qual é mesmo o interesse por trás de tantos comerciais, novelas, jogos de futebol...? A continuação e o “desenvolvimento” do modo de produção capitalista que, ao contrário do que prega – a distribuição da riqueza global e consequente diminuição da pobreza – nos faz trabalhar cada vez mais, dever cada vez mais, comprar cada vez mais, dominados por um grupo de grandes empresas que sempre ganha. Já são mais ricas e poderosas do que muitas nações, não é mesmo Lombardêêê!

Você realmente conhece o mundo que vive?

Essas pessoas super ricas não aparecem na TIME, na FORBES ou na CARAS por uma simples razão: ELES SÃO OS DONOS, PRIMOS DOS DONOS, AMIGOS DE CLUBE DOS DONOS dessas revistas, e não querem chamar a atenção para si. A informação existente não está ai para nos informar: está para controlar nossa opinião, para que elejamos seus candidatos e não percebamos como o mundo realmente funciona. A psicologia, a semiótica, a teoria da comunicação e a ciência política explicam.

Quem são mesmo esses banqueiros internacionais para quem tanto pagamos juros? E terá sido justa a negociação desses contratos?

Quando se conhecem as regras do jogo fica mais fácil conseguir vê-lo. Esse jogo é real, rodeia nossa vida, está presente em todos os momentos... Então, qual comprimido você vai mesmo tomar: o azul ou o vermelho?

5 comentários:

Paulo Emanuel Lopes disse...

A questão do sistema financeiro global é muito séria. Essas pessoas mantém contratos com governos, e sabemos que contratos geram comissão.

Normal, sendo que será que esses contratos foram acertados de forma justa?

Medeiros disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Medeiros disse...

Parabéns Emanuel por tocar em tema tão sensível. A questão que envolve dinheiro e comunicação social precisa ser repensada, pois é sabido que as empresas geralmente não buscam a melhoria da comunidade - elas buscam lucro.

P.s. Já vi que anda assistindo filmes demais

Medeiros disse...

"O crescimento das nossas cidades precisa ser drasticamente disciplinado, o uso do automóvel precisa ser limitado, o crescimento da economia deve ser sustentável, o consumismo e o desperdício não podem ser as molas mestras do desenvolvimento. No entanto, nenhum veículo jornalístico tem a coragem de mostrar as aberrações e distorções produzidas pelo mercado imobiliário ou propor qualquer limitação à criminosa hegemonia dos carros nas vias urbanas."

Esse texto é do jornalista Alberto Dines publicada hoje, 18/1/2011, no observatório da imprensa. Eu sei que você tem birra com carros e televisão, então...

Medeiros disse...

"Convém não esquecer que a mídia paulistana não apenas abominou, mas fez o possível e o impossível para impedir a adoção do rodízio de carros em 1996. Temia uma forte redução nas vendas que, infelizmente, não se materializou."

idem.