sábado, 8 de janeiro de 2011

A Publicidade





A publicidade nasceu da necessidade das grandes empresas desovarem seus estoques, isso pelos tempos da revolução industrial inglesa. Mas o que ela, a despeito de representar uma das profissões de maior prestígio atualmente, representa na verdade?

Dia das mães último eu conversava com uma cliente, e como não podia deixar de ser, a data fora lembrada. Nota: eu não dei nada esse ano pra minha mãe. Presente eu já dou todos os dias procurando ser um bom filho, risos. Como não sei ficar calado, falei o que achava daquela data: que fora inventada por algum publicitário que tinha por missão aumentar as vendas no primeiro semestre, comercialmente mais fraco que o segundo – maio também é mês de nossa senhora. Sua resposta: “ - Estão é certos, todo mundo tem que fazer marketing mesmo pra vender mais.”

Mas marketing com o amor de um filho para a mãe? E o filho que não pode dar o celular da moda ou um vestido caro, vai se resignar em dar um simples e humilde abraço? Qual o limite ético da publicidade?

Para se vender – seja um produto, uma idéia ou uma pessoa, cria-se um ambiente, uma atmosfera como que perfeita, e nesse contexto meio mágico insere-se o produto: um político bem arrumado que fala o que você quer bonito e compassadamente (tudo ensaiado e escrito pela equipe de marketing); uma família feliz (todos bonitos obviamente) tomando seu café-da-manhã deliciando-se com aquela margarina; um grande executivo saindo de uma reunião e entrando em seu carro de luxo; garotos fortes e bonitos, garotas gostosas e excitantes (olhe lá se não for loira!) entrando em um colégio que vai lhe passar no vestibular no final do ano... Por falar em sexual, você lembra de alguma propaganda de cerveja que não tenha mulher gostosa? Obs: Não vale a Nobel! (risos). Que eu lembre só aquela dos bichinhos (- nanananam! ), que por acaso foi tirada do ar por estimular o consumo em crianças.

Voltando então à minha cliente, qual o problema mesmo se essas empresas, coitadinhas, só querem vender mais, e ultrapassar as concorrentes, e lucrar mais, mais, e mais, e mais... E ainda mais um pouco?

Qual mesmo o resultado em nosso consciente\subconsciente de tanta informação? O dia todo “compre isso, compre aquilo”, “isso aqui é muito bom!”, e aquelas nada subliminares: “Use isso e seja aquilo”?

Essa frase é atribuída a Joseph Gibbs, ministro da propaganda nazista:

“ Uma mentira repetida diversas vezes acaba tornando-se verdadeira”.

A publicidade está presente em jornais, revistas, TV, rádio, outdoors, paradas de ônibus, carros de som gritando a toda altura coisas que talvez você não queira saber, em cartazes, folders, grandes eventos, telemarketing (aquele que ligam pra sua casa), internet... E se por acaso aquele refrigerante de cola, ao contrário do que ele tanto diz (uma das maiores verbas de comunicação do mundo), não for essas “coca-cola” toda?

Enfim, não que eu seja contra a publicidade. A comunicação dentro de um grupo é natural, o problema é que o meio econômico apoderou-se dela e passou a veicular seus interesses, suas idéias, não os da sociedade em geral. O problema só se resolverá mesmo com o advento de uma nova sociedade, essa que está prevista em um dos livros mais antigos da humanidade (e o mais vendido da história!) quando diz que Ele, o messias (prometido em hebraico), virá assumir seu trono de Rei deste mundo.

Até lá, cai carro de som nos ouvidos dos comerciantes da independência! Já até perdi a esperança da prefeitura ou a justiça darem um jeito nisso. Tem comerciante lá que até se benze quando um deles passa...

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