quarta-feira, 1 de abril de 2009

FORTALEZA, cidade ridícula

É com muita coragem e cuidado que escrevo essa postagem. Adoro minha cidade mas a verdade precisa ser dita.

É injusto de minha parte chamar Fortaleza de ridícula quando ridículos somos todos nós. Mesmo assim minha indignação com essa cidade ainda merece esse comentário. E não estou falando de nossa falta de educação no trânsito, imundas e irregulares calçadas, gosto pelo som alto...

Hoje de manhã fui a praia. Resolvi voltar andando pra casa do jeito que eu estava, só de sunga. Parei no CENTRO CULTURAL DRAGÃO DO MAR DE ARTE E CULTURA pra ir ao banheiro quando aconteceu minha dessagradável surpresa: não se tem acesso ao equipamento trajando roupas de banho! Ainda perguntei se eu colocasse o calção poderia ir, o que me foi negado.

PUTA QUE PARIU, NUMA CIDADE DE PRAIA, EM UM EQUIPAMENTE PÚBLICO A UMA QUADRA DO MAR, EM UMA CIDADE LITORÂNEA TURÍSTICA NÃO PODER ENTRAR DE CALÇÃO DE BANHO?

Ai me vêm os termos "Miami" e "Aldeoitização": que elite de cidade é essa que acha que está em Londres? Alguém pode dizer pra esse bando de GENTE BURRA que nossa cidade tem como característica a informalidade, que a praia faz parte de nossa cultura?

Se bem que essa gente nem anda na rua mesmo. Quando está perto de nós, meros mortais (leia-se pobres sem poder), estão dentro de seus carros de vidros escuros. Não conhecem as pessoas pelas quais são responsáveis.

Me lembrei logo do Rio, onde a gente vai de sunga pra todo canto e ninguém nos olha diferente. O que os cariocas têm que a gente não tem? AUTO ESTIMA? Talvez...

Meu comentário não vai só pra elite. Pela rua também vi olhares diferentes, tanto que resolvi ir até em casa daquele jeito "só de mal"... rsrs. Um - dentro da segurança de seu carro, óbvio - ainda soltou a piada "vai te vestir!". Seria engraçado se não fosse tão ridículo.

Me lembrei também do livro do Jô, "O Xangô de Baker Street", onde Sherlock Holmes, ao chegar ao Brasil de D. Pedro II, nota como em pleno calor dos trópicos as pessoas vestem-se de acordo com a moda européia. Coisa do passado? Só andar pelo centro da cidade e centro financeiro (av. Santos Dumont) pra ver elegantes senhores desfilando com seus alinhados ternos.

Isso é uma das coisas que fazem parte de nossa "idiotia coletiva" que alguns até percebem, mas muito poucos têm a coragem de fazer diferente.

Um comentário:

Fernando Veras disse...

Resta saber se a sunga era de crochê ou era estilo fio dental, barbantinho cheiroso. Aí não pode kkkkkkkkkkkkkkkkkkk Grande abraço.