quarta-feira, 17 de abril de 2013

Você anda experienciando um cotidiano estético?




Ontem, durante a disciplina de Estética que estou cursando como aluno especial (no curso de filosofia da Universidade Federal do Ceará), tivemos uma discussão interessante sobre o cotidiano e a estética.

Para o professor Kléber (não sei seu sobrenome), o cotidiano relaciona-se diretamente com o que é chato, povoado por regras, “não artístico”. Por isso precisamos da arte, que funcionaria exatamente como momento de escape desse dia a dia estafante e entediante. Assim adentramos no conceito de “cotidiano estético”: você consegue imprimir ao seu dia a dia, que envolve pegar ônibus, lavar louças ou lavar suas cuecas, uma metafísica interessante?

Lembre-se disso... A vida cheia de responsabilidades absorve nossa vida, nossos melhores anos. Pensamos tanto no depois, no futuro, no isso, no aquilo que esquecemos de pensar no AGORA. A vida que eu levo me satisfaz? Sei que a maioria não pode simplesmente trocar sua vida por outra, mas de repente você pode conseguir mais uma horinha para ficar com os filhos, fazer mais passeios pelo campo (deixando o shopping de lado), trocar a televisão pela leitura ou aquela bebedeira no bar por um espetáculo de dança. Vale oferecer um sorriso a uma criança, puxar conversa com um velhinho sobre o tempo ou ir à missa, ao culto, ao centro espírita, ao candomblé...

Você continuará com essa vida de merda na maioria das 24H do dia (difícil deixá-la), mas pelo menos poderá agregar um pouco mais de estética a ela!

O prof. Kléber, na primeira aula, já me chamou a atenção por ser um ateu convicto, mas segundo suas palavras não de nascença. Parece que nasceu católico, mas leu tanta coisa que acabou ateu - embora admita que isso não lhe faça feliz.

Pouco tempo depois tivemos uma reflexão sobre o bem e o mal... Ele, citando Espinoza, nos falou que sem dúvida a energia do bem é superior à do mal, basta analisarmos por um ponto de vista prático. Dois seres humanos não conseguem conviver utilizando-se do mal como mediador, pois o outro não aceitará e revidará com mais energia má, e assim em um ciclo contínuo. Já uma relação mediada pelo bem pressupõe que atingirá um equilíbrio, haverá acordo e união, pondo fim ao ciclo sem fim das disputas pela razão individual. Professor Kléber, não poderia imaginar forma melhor de provar a existência de Deus!

Mais sobre meu curso de estética nos próximos capítulos...

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